O DIA QUE NÃO TERMINOU
- Eguinaldo Hélio de Souza

- 7 de jan.
- 2 min de leitura

Depois de 730 dias, o 8 de janeiro de 2023 não terminou ainda. Permanece em um limbo aguardando a sentença definitiva entre os fatos e a narrativa.
De um lado a realidade: depredadores e manifestantes pacíficos. Do outro, a narrativa: acusados de associação criminosa armada (estilingues, bola de gude e batom), tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado (aqui só cabem risos).
Cômico se não fosse trágico. Risível se não fosse chorável. Poderíamos até ignorar se não tivéssemos uma cabeleireira, mãe de dois filhos pequenos, condenada a 14 anos por escrever com batom “Perdeu Mané” na estátua da justiça.
Nós nos calaríamos se não fosse uma anciã de 70 anos condenada a 12 anos em regime fechado.
Poderíamos até acreditar em um processo coerente se entre os supostos golpistas não houvesse um autista usando tornozeleira eletrônica.
Diríamos que esse dia ficou para trás, se não fosse uma diretora de escola com 71 anos sentenciada a 14 anos de prisão.
E que dizer de uma dona de casa de 64 anos (idade com que faleceu a minha mãe) que ficará presa até completar 80 anos.
E esta é só uma amostra de um grupo que a imprensa comprada ousa chamar de golpista. Gostaria de dizer que esta imprensa não tem informação. Mas o fato é que ela não possui coração, nem honra, nem verdade.
Diante desses absurdos, o caso se torna sério. Ou criminosos de fato tentaram um golpe, ou a Corte Suprema do país construiu mentiras absurdas para justificar sentenças mais absurdas ainda.
Isso não é coisa pequena! Entrará para os anais da justiça como uma das maiores farsas jurídicas já realizadas. A verdade é que aqueles que se dizem defensores da democracia são na verdade os seus assassinos.



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