SE O MEU POVO
- Eguinaldo Hélio de Souza

- 19 de out. de 2022
- 3 min de leitura

ARREPENDIMENTO NÃO É LÁGRIMA. É MUDANÇA.
Eguinaldo Hélio de Souza
e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. (2 Crônicas 7.14
“Tenho visto muitas postagens deste versículo, mas pouca abordagem sobre a profundidade contida nele”, disse um amigo meu. E ele tem toda razão. Do quê, exatamente a igreja brasileira precisa se arrepender?
É que "se humilhar" significa, principalmente, reconhecer os erros e (tentar) corrigi-los diante de Deus, o que vai muito além de ficar reverberando palavrórios sentimentalistas e chorosos em orações, como muitas vezes é reduzido este versículo. A palavra traduzida para arrependimento é “metanoia”. Significa uma mudança de mente. Em que nossa mente precisa de mudança? Que conceitos temos que precisam ser mudados? Que visões de mundo apoiamos que precisamos deixar de apoiar ou melhor, contra as quais devemos nos opor?
Quando os profetas hebreus repreendiam o povo e o chamavam ao arrependimento, eles listavam as áreas nas quais eles precisavam mudar. Seus pecados tinham nome e endereço.
No tocante ao momento crítico em que vivemos hoje, vale lembrar que muitos cristãos são responsáveis pelo fortalecimento de inimigos do cristianismo e do bem. Os cristãos, maioria suposta em todo o continente, foi responsável por chegarmos ao ponto em que estamos na América Latina! Estes cristãos, incapazes de perceber valores e princípios em jogo, se deixaram cooptar pelos discursos revolucionários (comunistas, progressistas, esquerdistas, socialistas etc) pregados nas escolas, universidades, redações e estúdios de TV. Assim reduziram, contaminaram e perverteram o Evangelho, dando margem para o inimigo tomar gerações através da imposição da mentalidade humanista, que é genética e historicamente anticristã. Com essa mentalidade instalada até dentro de igrejas cristãs, agir em consonância com ela é um mero desencadeamento natural. Hoje isso está muito claro quando essa militância, que se diz cristã, não se envergonha em defender publicamente criminosos reconhecidos, julgados e condenados. Pessoas que defendem e lutam pela aprovação do aborto, da ideologia de gênero, da liberação das drogas, pela vitimização dos criminosos.
A cultura ao nosso redor respira e transpira anticristianismo. E o mais absurdo não é apenas que a maioria cristã não se incomoda. O mais absurdo é que ela nem sequer percebe, tão longe está dos valores bíblicos. As grandes lideranças, não apenas apoiaram os defensores das pautas antibíblicas, mas muitas sequer sabiam que as apoiavam. Outras, sabendo, deixaram-se seduzir má fé ou por ganhos indevidos.
É absurdo quando essa militância que se diz cristã se acomoda à retórica libertária do evangelho progressista imposto pela elite metacapitalista global, traduzido nos dogmas de distribuição de renda, justiça social, redução das desigualdades, direitos reprodutivos, inclusão, diversidade, desarmamento, ações afirmativas, feminismo, Agenda 2030, desmilitarização das polícias, cultura da paz, liberação das drogas, multiculturalismo, agigantamento do Estado, linguagem neutra, salvação do planeta etc. A lista de pecados é grande. “Ai de vós!”, diriam os profetas.
Essas pautas avançaram com a ignorância, a negligência, a conivência, e o que é pior, com a aprovação e cooperação do povo que se diz cristão. Alguns poucos já se arrependeram. Outros permanecem cegos e muitos permanecem cooperadores ativos das intenções dos inimigos. Isso não é novo. Na história do avanço do pensamento marxista pelo mundo, sempre houve cristãos apoiando, que depois colheram o fruto amargo de sua própria escolha. Tiveram que comer a comida envenenada do prato que ajudaram a cozinhar.
O Evangelho sempre foi integral por natureza e jamais dependeu de complementos humanistas para expressar santidade, justiça e compaixão. A tentativa de complementar o Evangelho com promessas libertárias, ainda mais provenientes de uma ideologia anticristã e pródiga em gerar totalitarismos, pobrezas e mortes, nada mais é que a reedição do discurso da antiga serpente. O Evangelho produziu as comunidades e nações mais prósperas, estáveis, compassíveis, justas e livres da História, apesar da natureza humana pecaminosa, e a mentalidade revolucionária, se aproveitando das injustiças existentes, sempre prometeu paraísos e sempre produziu quadro muito piores que aqueles que denunciou.
Então, "se humilhar" não pode ser entendido como algo tão barato e tão conveniente. É preciso parar de ler a Bíblia sob o filtro das Ciências Sociais (totalmente tomadas pelo humanismo marxista cultural). É parar de adorar o panteão de deuses progressistas (grande mídia, beaultiful people, títulos acadêmicos, "sucessos", $iên$ia etc) e voltar a se render ao único Deus! O duro é que ver adoradores desse panteão humanista, de dentro das igrejas cristãs, pouco se importando quando os próprios filhos são ofertados nos altares pagãos!
Cegos guiaram cegos e esses seguiram para a cova alegremente. Vão continuar? Teimarão em seus pecados? Insistirão em sua cegueira? Tomarão o seu veneno? Quem conhece a Bíblia, sabe muito bem quais são as consequências da dureza do coração.



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